sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Quarto Sombrio



O sombrio quarto
nem todo escuro, muito menos todo claro
Todo fechado
ar enclausurado
Sufocante e aconchegante
Vil e elegante
Esta noite será a minha morada
entre todas talvez a mais esperada

Nem tão claro onde existam sombras
nem tão escuro onde nada é visto
Nem tão fechado que ainda escuto a chuva
e respiro sem saber se será esta a última
Estranhamente aconchegante
simples e belo
És tu que me resta
sempre soube que logo voltaria
ao profundo sentir de meu lar

Não há eco, não há voz
não há silêncio, não há ...
não há dor, não há alegria
não há ódio, não há ...

Talvez há algo, talvez não há ...
Talvez há abstrações, talvez convicções ...
Talvez há memórias, talvez ilusões
Talvez não há "talvez" ...

Declaradamente ou disfarçadamente
o tempo não existe
apenas o nome do que é, foi e será
inominável
...
sempre há