terça-feira, 30 de setembro de 2008

Novo Fim


Um metal frio toca minha pele
aos poucos ele desliza-se sobre ela
apesar da leve dor que envolve o local
todo o resto alivia-se
todo o resto torna-se invisível
nada tem mais valor que esta leve dor

Um líquido quente e vermelho escorre
lentamente ele pinta toda a pele
como um pincel ele desenha sobre o corpo
assumindo linhas e formas curvas

O coração acelera
com mais oxigênio uma sensação surge
a gravidade deixa de existir
o chão não é mais um obstáculo
e nem um aparato de encosto

Ao breve e lento piscar de olhos
um novo mundo surge
já não estou no mesmo lugar
estou na utopia de minha subconciência
estou limpo e de novas roupas

Reconheço pessoas e lugares
apesar de não me lembrar nem de um ou de outro
me olham como se me conhececem
percebo respeito e bom ânimo
ando pelos lugares como soubesse onde quero chegar

Então simplesmente amo
não estou só
agora é eterno
FIM

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sustento


Entre os meios desta terra
me encontro em pleno descanço
Entre os desejos que tenho
me encontro tão longe quanto a estrela mais próxima
Assim como a estrela, meu desejo brilha
As nuvens da inconciência
tampam seu brilho, sua beleza

Logo sem sua força e brilho
começo a padecer lentamente
minhas forças se esvaem
Estas nuvens secas não me molham
Presciso crescer mais
ultrapassar os limetes do céu
quero a luz que me sustenta

Este é o tempo, devo esperar
acredito que no que desejo
mesmo tão distante e sem brilho
um pouco de luz me deixa acordado
essa luz é minha última esperança
o pouco que me resta

Desespero, ansiedade
isto é o que devo controlar
mas é mais humano do que penso
é tão simples não imaginar
mas não posso

Arranca-me a raiz
derruba-me entre meus irmãos
e serei apenas mais um morto entre vóz
choro, as lágrimas já secas evaporam-se

Liberta-me

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Culpado


Culpado, culpado, culpado
confesso meus crimes perante todos
sim, fui eu o irresponsável

Não há o que esconder quando esta é a má notícia
ou boa para outros
depende de quem gosta de escarnio

Sou o eu que faltei com meus deveres
fiz escolhas arriscadas
sou eu que não vi a espectiva
sou eu aquele que não sonhou

Julguem, julguem, julguem
pois sou o culpado
não estou preparado para minha sentença
mas podem pronunciá-la

Ah que direito tem um homem
de preparar-se para uma sentença
ou de voltar atraz no tempo

Todos esperam que eu me pronuncie
querem que eu diga o que?
as palavras "Errei mas não há volta"
nunca são o suficiente

Será que desejam que me ajoelhe e implore
por uma descisão já tomada
bem, se assim eliminar parte da sentença,
sim eu o farei

Serei como um rato imundo,
mas a quem não agrada um erro alheio
se não aqueles que não te oferecem ajuda

Pois os que ofereceram apenas lamentam
e assim há de ser
justo

Sou o culpado, por fechar os meus olhos
Sei que nunca é tarde para os abrirem
Só será quando eu não o conseguir mais faze-lo

Aprendizado?
Sempre o temos

Cometer o mesmo erro?
Não, pelo menos não até que seja necessário

Necessário?