sábado, 13 de dezembro de 2008

Processo


Sorriso infame
infligir conduta
caracterizar desejo
repulsa mecânica

determinar começo
ação em andamento
determinado de ações
sequenciais, o processo
conjunto de processos
desencadear lobotomia
garantir segurança, ignorar efeitos colaterais, preparar,
sedar, iniciar ativo cerebral, conferir parametros

destruir paradoxos
alinhar realidade a sonhos,
movimentar
ciência metafísica
artes surrealistas

caos gera ordem
ordem gera seguidores
seguidores geram ódio
ódio cria argumentadores
argumentadores sugerem

destruição

a cada fim sempre há um novo começo

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Tempo



O poeta novamente poeta
como deve ser
outros já disseram
não prescisa ser dito

Tudo previsível
sabemos e sentimos
sabemos mais quando não sentimos

tempo, materia
física e química
escolhas e consequências
elementos naturais

este meu lugar volta a ser o meu lugar
somente meu
sem ocupantes, sem distrações
Fred, companheiro
compreendo-te como escreves
como vive, como morreu

Agora nada mais
como a vida
segue andando
meu lugar vazio
meu estado mutável

vamos sorrir
vamos dividir alegria
somos senhores da vida
capazes de escolhas
capazes de consequências
vamos aproveitar
vamos viver
vamos sorrir
aproveite a ausencia da alma
sejamos felizes

vou viver, vou morrer
questão de tempo
aproveite
tudo é possível
tudo

Lítio


Ao levantar
me tonteio
meus olhos nada veêm
ando e ando
tropeço e caio
aos poucos a chuva me purica-me
e começo a ver

Não estou mais aqui
agora ando
nada mudou além de mim
nada continuou o mesmo além de mim
diferença é que agora caminho
rumo? aquele que nao vejo o fim

Não te sinto como eu me sinto
é bom
sei que me tenho por inteiro
sei que quando um se for sentirei falta
mas quem que irá?

Meus desejos estão sendo controlados
porque os ouço
afinal eu estou andando
mas ainda seguirei os meu desejos
assim que vos largar de mim
Pena, ninguém além
me verá por dentro do que aquele que ja me viu

Muitos estão cegos para outros como para si
estou com este defeito também
mas ainda vejo algo
Temo pelo dia que não verei

Nada sinto, nada temo
nada existe, nada além
nenhum sonho, nenhum som
não há chuva, não há sol
apenas este chão que me serve de apoio


Limbo
me achei
me encontrei
me senti
limbo
é bom
não é ruim
é apenas limbo
sem tempo
sem sol
limbo

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Nas sombras

Fui pego de jeito
ao deitar
não foi surpresa
cedo ou tarde aconteceria
então apenas aconteceu
meus pensamentos em ti
Não vou dizer se é bom ou ruim
a tempos que não sentia isto
mesmo porque eu não sei
como dizer as palavras,
simplesmente prefiro assim pensar
"apaixonado"
Mas hoje senti falta
como não poderia?
hoje pensei mais do que costume
os toques e carinhos
Então percebi
meus desejos
quero eu realmente isto?
ter-te em meus braços
Sim, mais do que a própria vida
pela eternidade. 
É a consequência de viver? ou
Filosofia da vida,
Viver é conquência?
mundos pelos quais
Apenas escrevo
as palavras ocultas e
espero
a visão além da poesia
Pelo dia de amanhã
você.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Demoniôs


Demônios                              internos
provisões,                     desejos
não sucumbem mais a razão
meus demônios internos violentos
cobiçadores de corpos vivos e latentes
prazer inerente a vida, causada pela morte
dor, pânico, sofrimento, dúvidas
viver, existir, habitar, alimentar, coexistir
caos, alteração da ordem natural das coisas
são meus os desejos ou princípios?
Princípios naturais de uma vida
vida esta oriunda a mim
corruptível homem
demoníaco

prazer em dor, prazer em sofrimento
sou meu demônio, sou minhas vontades
exista em mim enquanto o sague for a vida
sangue, vermelho líquido da vida presciosa
esperar pela morte não me faz viver
esperar para ser empurrado não me faz viver
Morri para mim a muito tempo
o prazer que tenho são os meus demônios
o prazer que tenho é a dor
o prazer que tenho é o sangue da vida
este sorriso envolto de sague
olhos inchados do choro que nunca sai
voz rouca do grito nunca solto
não há volta, não há vontade de voltar
Desejo mais, mais e mais
Desejo

Sangue


Encontra-se o objeto
Logo uma breve pausa
pressiona-o contra a pele
Dor, hesitação
prazer, as lâminas frias
riscos sugem
e nada

A lâmina não o feriu
agora mais forte
um pequeno corte aparece
será o suficiente?

Lentamente surge
prescioso e vermelho
a boca não resiste
direto ao seu encontro
e suga com furor
morde e chupa
sim, consigo sentir
consigo saboreá-lo
desejo mais e mais
continuo chupando
sede e sede cada vez mais

Percebo, o corte não foi suficiente
mesmo com furor ele cessa
sede e mais sede

Novamente as lâminas tocam a pele
agora com mais intensidade a dor aumenta
as mãos enfraquecem a ir e vir da lâmina
sente o raspar do fio com o tecido
o sangue surge mais rápido
novamente a boca o encontra
suga, chupa, tudo que pode
freneticamente eu o saboreio
suga, chupa morde
mas logo acaba

Desejo o novamente
para a primeira dose
não devo exagerar
então paro

Vejo as marcas
parecem demorar a cicatrizar
da próxima vez
 seringas
e agullhas

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Parasita


Pensamento corrosivo
loucura incircunstacial
leitura da morte interna
viagem paradoxal prolongada pela vida
termos sutis de uma mente

dúvida dúvida dúvida
viver viver viver

contradição humana
responsável por concequências
ação e reação 
inércia
motivos inóspitos
fatos questionáveis
alteração de uma convicção
momento eterno para uma mente
onde está o corpo quando cúmplice?

vontades desejos separados pelo humanismo
nada tão distante o deixa a beira desta loucura
morto-vivo, zumbi sanguinário
sua morte tão desejada quanto a vida
porém morto-vivo
vampiro parasita, suga o tempo
enfraquece sua alma
mente viva, morta por si

suicida suicida suicida
nitroglicerina exposta
radioativa

não merece o descanço do corpo
não merece alimentar-se da esperança
morra morra morra
nada mais merece tal assombro

Ponto



Minhas palavras, inúteis palavras
significados inexitentes diante da verdade
Uma representação sem sentido

Um suspiro, outro suspiro
a tentativa de libertar este instinto
Parte da lei natural, mais humano mais irracional

Ponto, extenção abstrata sem dimensão
encerra o período em questão
termo, situação, instante ou matéria?

Apenas ele e somente ele
representa o fim de uma expressão
na qual o silêncio pronunciou palavras
Minhas palavras, inúteis palavras

Ponto, egocêntrico
imunda sua volta
viagem para alguns
sugeira para outros

Representação natural
Representação essencial



Para você ... 

Ponto.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Eu acredito



Eu acredito em tudo que vejo,
em tudo que sinto
Eu acredito que existem ilusoes,
que existem verdades
Eu acredito em dor,
em paz,
em tudo que tenho

Eu acredito no que eu sinto
dizem que Deus é como o vento
você não pode vê-lo mas pode senti-lo
eu não sinto Deus,
Eu acredito no caos,
no destino
Eu acredito na vida,
na morte

Eu acredito no amor,
na loucura
Eu acredito na sombra,
na luz
Eu acredito no seu toque,
nos seus olhos

Eu acredito em tudo que tenho
sempre podemos contar com amigos
mas nunca podemos esperar
que eles nos entendam

Eu acredito em mim
na tristesa,
na alegria,
nas lágrimas que escondo,
no sorrizo que revelo

Eu acredito no tempo,
no espaço,
no momento

Eu acredito na companhia da solidão,
nos versos calados do silêncio,
no sentimento imune a razão
De uma esperança tola e vão

Eu acredito que quero mudar,
mas não quero faze-lo sozinho
Eu acredito que pessoas querem me ajudar
mas apenas quero uma
Eu acredito que não há motivos para nada
mas sinto-me feliz em criar os meus próprios
Eu acredito nestes versos que escrevo
mas acredito mais ainda nos que escondo

Eu acredito em toda loucura
das viajens da minha mente
eu acredito que são mais reais
do que a realidade que vivo

Eu acredito na minha dor de cabeça
no meu sono e indisposição
Eu acredito no céu azul
nas nuvens cinzas
Eu acredito no sol,
nos pássaros e seus cantos
Eu acredito na música que eu ouço,
no "Bom dia" do meu sobrinho

Eu acredito e vivo
Vivo acreditando no que sinto
e sinto você

sábado, 25 de outubro de 2008

Lua Senhora das Águas



És tão bela
tão fascinante
tão digna de todos os elogios

Agora que as águas se acalmam
seu reflexo a completa
antes em meio a tempestade, tudo era frio e solidão

Senhora das águas, a que influencia o mar
olha-te para o teu reflexo como se descobre um novo ser
então verás que novo é apenas a maneira de olhar a ti mesmo


Anciei tanto por este momento
e agora que ele se torna real
Me perco de felicidade
É como se na sombra tu sempre estiveste comigo,
que o frio poderia ser pior mas estavas lá a me aquecer

Meu folego de vida volta
meu coração bate
Minha mente se esforça para acreditar
o que meu coração nunca deixou de crer

Aguardo até o momento que me tocarás
a brisa de vossa voz
a seda de vossa pele
e o amor de vosso coração

Aqui estou
Aqui me entrego

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Transitório


Quero dançar, fechar meu olhos
viajar ao mundo
Todo esse ritimo me leva
quero vida quero continuar a sentir
não me faça esquecer o que sinto
seja como for

Destas palavras o real não se traduz
brisa leve que me toca
acaricia fazendo-me sentir a vida
leve como um toque de amor

É como se perder
e querer estar onde se está
é como uma leve tontura
que te abala por instantes te levando a outro mundo
é como cair inesperadamente
é como borboletas voam

Por onde tenho andado não importa
mas sei que devo andar só por andar
minha vontade,
devo esquece-la
devo abraça-la
devo ?!

Explosões químicas me afetam
como uma epidemia sem controle
não estou presente
alegorias fantasiosas
verdades ilusórias

Está próximo da hora do sono
Está calmo
O chão iluminado pela lua
avisa, que está perfeito
Cheia, transbordante

Vivo
Vivo
Vivo

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Novo Fim


Um metal frio toca minha pele
aos poucos ele desliza-se sobre ela
apesar da leve dor que envolve o local
todo o resto alivia-se
todo o resto torna-se invisível
nada tem mais valor que esta leve dor

Um líquido quente e vermelho escorre
lentamente ele pinta toda a pele
como um pincel ele desenha sobre o corpo
assumindo linhas e formas curvas

O coração acelera
com mais oxigênio uma sensação surge
a gravidade deixa de existir
o chão não é mais um obstáculo
e nem um aparato de encosto

Ao breve e lento piscar de olhos
um novo mundo surge
já não estou no mesmo lugar
estou na utopia de minha subconciência
estou limpo e de novas roupas

Reconheço pessoas e lugares
apesar de não me lembrar nem de um ou de outro
me olham como se me conhececem
percebo respeito e bom ânimo
ando pelos lugares como soubesse onde quero chegar

Então simplesmente amo
não estou só
agora é eterno
FIM

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sustento


Entre os meios desta terra
me encontro em pleno descanço
Entre os desejos que tenho
me encontro tão longe quanto a estrela mais próxima
Assim como a estrela, meu desejo brilha
As nuvens da inconciência
tampam seu brilho, sua beleza

Logo sem sua força e brilho
começo a padecer lentamente
minhas forças se esvaem
Estas nuvens secas não me molham
Presciso crescer mais
ultrapassar os limetes do céu
quero a luz que me sustenta

Este é o tempo, devo esperar
acredito que no que desejo
mesmo tão distante e sem brilho
um pouco de luz me deixa acordado
essa luz é minha última esperança
o pouco que me resta

Desespero, ansiedade
isto é o que devo controlar
mas é mais humano do que penso
é tão simples não imaginar
mas não posso

Arranca-me a raiz
derruba-me entre meus irmãos
e serei apenas mais um morto entre vóz
choro, as lágrimas já secas evaporam-se

Liberta-me

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Culpado


Culpado, culpado, culpado
confesso meus crimes perante todos
sim, fui eu o irresponsável

Não há o que esconder quando esta é a má notícia
ou boa para outros
depende de quem gosta de escarnio

Sou o eu que faltei com meus deveres
fiz escolhas arriscadas
sou eu que não vi a espectiva
sou eu aquele que não sonhou

Julguem, julguem, julguem
pois sou o culpado
não estou preparado para minha sentença
mas podem pronunciá-la

Ah que direito tem um homem
de preparar-se para uma sentença
ou de voltar atraz no tempo

Todos esperam que eu me pronuncie
querem que eu diga o que?
as palavras "Errei mas não há volta"
nunca são o suficiente

Será que desejam que me ajoelhe e implore
por uma descisão já tomada
bem, se assim eliminar parte da sentença,
sim eu o farei

Serei como um rato imundo,
mas a quem não agrada um erro alheio
se não aqueles que não te oferecem ajuda

Pois os que ofereceram apenas lamentam
e assim há de ser
justo

Sou o culpado, por fechar os meus olhos
Sei que nunca é tarde para os abrirem
Só será quando eu não o conseguir mais faze-lo

Aprendizado?
Sempre o temos

Cometer o mesmo erro?
Não, pelo menos não até que seja necessário

Necessário?